Foi enganado? Estes são os sinais de que o óleo do motor está adulterado
Com até 20% dos lubrificantes adulterados no Brasil, identificar alterações no óleo do motor é crucial para a saúde do veículo.
O óleo do motor é um dos componentes mais importantes de qualquer veículo. Ele garante a lubrificação do sistema de propulsão, reduz o atrito entre peças, controla a temperatura do motor e mantém os componentes limpos, prevenindo a formação de depósitos prejudiciais.
Apesar de sua importância, muitos motoristas desconhecem como identificar produtos adulterados, uma prática ainda comum no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no país podem estar adulterados, tornando essencial saber reconhecer sinais de degradação ou alteração para proteger o motor e a segurança do veículo.
Alterações visuais e físicas do óleo
Foto: Shutterstock
Segundo Danilo Sad, gerente de Marketing de Aditivos da Lubrizol América Latina, o principal sinal de adulteração é o escurecimento excessivo, que pode indicar oxidação ou acúmulo de resíduos da combustão. Partículas metálicas ou sujeira na vareta de medição podem apontar desgaste de mancais, pistões ou engrenagens.
Óleos com aparência leitosa geralmente indicam contaminação por água ou líquido de arrefecimento, formando emulsões que comprometem a lubrificação.
Já mudanças abruptas de cor, textura incomum ou cheiro forte podem ser indícios de degradação acelerada ou contaminação.
Cheiros distintos também fornecem pistas: odor de combustível indica contaminação, cheiro adocicado pode revelar presença de líquido de arrefecimento, e odor de queimado sugere sobreaquecimento.
Limites da inspeção caseira
Verificar o nível e o aspecto do óleo com a vareta é útil, mas não substitui análises laboratoriais. O professor Clayton Zabeu, do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que a viscosidade e alterações químicas só podem ser identificadas em laboratório.
Além disso, Thiago Vega, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Vibra, destaca que testes técnicos permitem medir acidez, contaminação por água ou combustível e presença de metais provenientes do desgaste interno.
A inspeção visual, portanto, deve ser encarada apenas como medida preventiva, ajudando a detectar problemas iniciais antes que o motor sofra danos graves.
Causas de degradação precoce
O óleo pode se degradar antes do prazo recomendado por diversos fatores. Combustíveis de baixa qualidade ou adulterados aceleram a diluição e a formação de depósitos.
Motores submetidos a condições severas de operação, como tráfego intenso e altas cargas, também desgastam o lubrificante mais rapidamente.
Falhas mecânicas, como juntas de cabeçote comprometidas ou desgaste de anéis, permitem que líquidos e resíduos de combustão contaminem o óleo, prejudicando sua função.
Por isso, o uso de lubrificantes certificados e aditivos adequados é fundamental para proteger o motor e prolongar sua vida útil.
Consequências de usar óleo adulterado
O uso de óleo adulterado ou degradado pode causar:
- Aumento do atrito entre peças críticas;
- Formação de borra e depósitos, obstruindo canais de lubrificação;
- Desgaste prematuro e superaquecimento do motor;
- Redução da eficiência e aumento do consumo de combustível;
- Riscos mecânicos graves, comprometendo sistemas como transmissão e direção.
Boas práticas e prevenção
Para se proteger, adquira óleo apenas em revendedores confiáveis, seguindo rigorosamente as especificações do fabricante quanto à viscosidade, classificação técnica e intervalos de troca. Inspeções periódicas ajudam a identificar sinais iniciais, mas a análise laboratorial é a única forma de confirmar adulteração.
Como resume Danilo Sad:
“O óleo escuro não é problema; o verdadeiro risco está em confiar em produtos sem procedência.”
Seguir as recomendações do fabricante e utilizar lubrificantes de qualidade é a forma mais eficaz de preservar o motor, aumentar a durabilidade do veículo e garantir segurança na direção.
*Com informações Autoesporte