Motoristas relatam ficar presos em veículos e Tesla vira alvo de investigação
Investigação de falhas nas maçanetas da Tesla pode levar a grande recall, afetando a segurança dos veículos.
Um possível defeito nas maçanetas eletrônicas da Tesla coloca a segurança de motoristas e passageiros em investigação nos Estados Unidos. Reguladores iniciaram o processo na terça-feira (16), temendo que as falhas travem as portas e impeçam a saída dos ocupantes em situações de emergência.
Caso o problema seja confirmado, milhares de veículos podem ser chamados para um imenso recall.
A NHTSA (agência reguladora norte-americana) foca inicialmente em 174.290 unidades do Model Y fabricadas em 2021, mas a apuração pode se expandir para outros modelos elétricos da empresa de Elon Musk.
O órgão aponta que incidentes recentes envolveram a perda de energia após colisões, dificultando a abertura das portas. A investigação está priorizando evidências de aprisionamento de ocupantes, buscando prevenir acidentes graves.
Alvo inicial e risco de recall
A investigação abrange 174.290 carros Model Y 2021, com possibilidade de se estender a outros modelos caso os dados indiquem um padrão de falha. Conforme a NHTSA, a análise poderá exigir um recall que alcance milhares de veículos.
Além disso, o órgão avalia cronogramas e critérios de comunicação com os proprietários.
Os investigadores examinam o circuito que alimenta as fechaduras e a confiabilidade das fontes de energia do sistema. Todos os modelos à venda no mercado americano utilizam esse tipo de tecnologia, o que amplia a relevância técnica da apuração.
Já o manuseio das maçanetas externas preocupa porque não há abertura manual pelo lado de fora.
Incidentes e impactos à segurança
A NHTSA iniciou o processo após registrar nove casos de crianças presas em Model Y relacionados a falhas elétricas durante colisões. Em muitos relatos, pais não conseguiram reabrir as portas traseiras para retirar os filhos.
A Bloomberg relatou feridos e mortes em episódios com veículos da Tesla após a energia falhar.
O sistema de abertura manual interna existe; no entanto, crianças nem sempre conhecem ou conseguem acionar o recurso sob estresse. Dessa forma, pessoas com deficiência, idosos e animais de estimação enfrentam obstáculos adicionais para sair rapidamente.
Os investigadores ainda avaliam a extensão dos desafios em diferentes cenários de colisão.
Repercussão regulatória internacional
Na China, reguladores consideram proibir o sistema de portas elétricas, enquanto as autoridades de trânsito da União Europeia avaliam medidas. Paralelamente, a discussão internacional reforça a pressão por redundâncias mecânicas mais acessíveis.
Assim, eventuais mudanças técnicas podem surgir em múltiplos mercados.
Cabe lembrar que a montadora também responde a investigações sobre sua plataforma de direção autônoma e a uma atualização de software destinada a reforçar a segurança do piloto automático. Ambas são conduzidas pela NHTSA.
Essas frentes ampliam o escrutínio sobre riscos sistêmicos de projeto e software.
O que esperar
A NHTSA agora cruza relatos de campo com testes sobre alimentação elétrica, confiabilidade e ergonomia de escape. Se as evidências se confirmarem, a agência pode determinar um recall abrangente.
Os proprietários devem acompanhar os comunicados oficiais e as orientações de uso do acionamento manual interno.