Não tente sozinho: funilaria em carros eletrificados exige mão-de-obra especializada

Especialistas alertam sobre a necessidade de cuidados diferenciados na reparação de veículos elétricos e híbridos para preservar componentes sensíveis.

Com a chegada dos carros eletrificados, incluindo modelos elétricos e híbridos, às ruas brasileiras, o mercado automotivo precisou se adaptar não apenas à tecnologia de propulsão, mas também aos cuidados na manutenção e reparos de carroceria.

Embora a aparência externa possa ser semelhante à de veículos a combustão, a funilaria de um carro eletrificado exige protocolos específicos, tanto para proteger os componentes sensíveis quanto para garantir a segurança dos profissionais.

A preocupação surge especialmente porque os sistemas elétricos desses veículos têm alto valor e elevada sensibilidade, tornando qualquer intervenção inadequada potencialmente cara e arriscada.

Diferenças entre carros eletrificados e convencionais na funilaria

Foto: Shutterstock

Na prática, os processos de funilaria podem parecer semelhantes aos de carros a combustão, mas a diferença está nos detalhes críticos.

A fabricante Honda destacou que, embora a remoção de componentes seja comum em qualquer reparo, veículos elétricos e híbridos demandam atenção redobrada devido à presença de baterias de alta tensão e sistemas eletrônicos complexos.

Proteção e desenergização das baterias

Um dos primeiros passos essenciais é a proteção da bateria. Nos modelos híbridos e elétricos, o manual técnico recomenda:

  • Desconectar a bateria de 12V pelo borne;
  • Desligar a bateria de alta tensão (bateria de tração) usando o interruptor de serviço.

Essa etapa é fundamental para evitar descargas elétricas e proteger os componentes eletrônicos, que são naturalmente mais sensíveis do que em veículos apenas a combustão.

A desenergização do sistema de alta tensão é obrigatória antes da utilização de ferramentas que possam gerar curtos-circuitos, como:

  • Soldas MIG/MAG ou de ponto de alta potência;
  • Corte a plasma;
  • Repuxadeiras elétricas (Spotter).

A Honda reforça que a remoção do conector de serviço é etapa obrigatória antes da utilização desses equipamentos. Esse cuidado minimiza riscos de acidentes e danos irreversíveis à estrutura elétrica do carro.

Cuidados na estufa de pintura

Outro ponto crítico é o processo de repintura. A temperatura da cabine ou estufa deve ser controlada cuidadosamente.

  • A Honda recomenda não ultrapassar 65 °C durante a cura e secagem;
  • Algumas fabricantes indicam limites menores, na faixa de 50 °C, dependendo do modelo.

Temperaturas acima do recomendado podem comprometer a integridade da bateria de alta tensão, tornando o cuidado térmico uma etapa essencial da funilaria em carros eletrificados.

Mão de obra especializada e ferramentas adequadas

A manutenção de carros eletrificados exige técnicos treinados, familiarizados com os procedimentos de segurança e com as ferramentas específicas para solda, repuxo e desmontagem de componentes eletrônicos.

Segundo a Honda, esses cuidados abrangem tanto os processos mecânicos quanto elétricos e são comuns a praticamente todos os veículos eletrificados do mercado, mesmo que a marca brasileira comercialize apenas modelos híbridos atualmente.

Embora a tecnologia eletrificada esteja cada vez mais presente, a funilaria de carros elétricos e híbridos não é igual à dos modelos a combustão.

A combinação de mão de obra especializada, procedimentos corretos de desenergização, proteção da bateria e controle de temperatura garante reparos seguros e evita prejuízos altos.

Investir em profissionais qualificados e seguir os protocolos do fabricante é, portanto, essencial para preservar a durabilidade e o desempenho dos veículos eletrificados.

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