Novo motor do Toyota Corolla pode ameaçar futuro dos carros elétricos
Propulsor com ajustes para suportar novo combustível reduz emissões, que ficam mínimas perto dos motores convencionais.
A Toyota é uma montadora que realiza grandes investimentos em novas tecnologias e formas de propulsão alternativas. Um destaque é a tecnologia híbrida, que estreou em 1997 com o Prius, sem deixar de mencionar os híbridos plug-in e os elétricos. Atualmente, quase todas as montadoras seguem esses mesmos caminhos.
Porém, a marca japonesa inovou novamente ao lançar um carro movido a hidrogênio, além de projetar um motor a combustão alimentado pelo gás em sua forma líquida. A novidade promete ser uma opção interessante no caminho da descarbonização, com potencial de ameaçar os veículos elétricos.
A tecnologia do motor adapta os propulsores a combustão convencionais e aplica um princípio diferente do usado no sedã a hidrogênio Mirai. No carro da Toyota, os motores H2 são alimentados diretamente com hidrogênio líquido, que nesse estado pode ser armazenado sob pressão menor, mas precisa ficar em temperaturas abaixo de -250ºC.
A substância líquida permite o armazenamento de 50% a mais de energia no mesmo volume em relação ao gás, uma vez que é mais densa.
O motor 1.6 turbo foi testado nas pistas em um Corolla Cross e parece bastante com o propulsor do GR Yaris e do GR Corolla. Assim como outros automóveis a hidrogênio, o três cilindros libera apenas água pelo escapamento, mas não pode ser considerado zero emissão porque emite um pouco de óxido de nitrogênio. Mesmo assim, o volume é mínimo se comparado ao de um propulsor a combustão tradicional.
Ajustes e desafios
Para suportar o novo combustível, a montadora fez ajustes no sistema de injeção, nas juntas, nos anéis de vedação e em outros componentes do sistema. Apesar das diversas vantagens, o hidrogênio é altamente inflamável e pode causar desastres se não for utilizado com segurança.
No automobilismo, a mecânica já foi vista no Campeonato Mundial de Ralis com um GR Yaris e nas corridas de endurance com um GR Corolla. Em 2023, a Toyota revelou um protótipo criado para competir em Le Mans, batizado de GR H2 Racing Concept. A tecnologia também está em testes nas ruas desde 2022, com um Corolla Cross H2.
Os principais problemas identificados até o momento são o valor do hidrogênio e a redução na performance. O preço do produto é bem alto em relação à gasolina e ainda maior quando comparado à eletricidade. A marca, no entanto, afirma que busca parcerias para baratear o combustível.
Outro ponto é que o hidrogênio não costuma gerar tanta energia quanto os combustíveis convencionais quando utilizado em motores a combustão. Para contornar a situação, a Toyota tem realizado pesquisas e estabelecido parcerias no desenvolvimento de novas tecnologias e modelos adaptados.