Novo problema de segurança! Empresa recolhe mais de 51 milhões de airbags mortais
Novo escândalo envolvendo o equipamento de segurança envolve as empresas ARC Automotive e Delphi Automotive.
Os efeitos dos airbags defeituosos da Takata repercutem na indústria há cerca de dez anos, mas o problema que causou dezenas de mortes e centenas de ferimentos não parece ser um caso isolado. No fim do ano passado, as empresas ARC Automotive e Delphi Automotive também se envolveram em um escândalo de airbags mortais.
Em outubro de 2023, autoridades da Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA) alegaram que as bolsas produzidas pelos dois fabricantes deveriam ser recolhidas porque têm risco de romper e arremessar fragmentos de metal.
A situação é tão grave que o governo dos EUA está considerando fazer o recall de mais de 51 milhões de veículos de 12 fabricantes, incluindo grandes marcas como General Motors, Toyota e Volkswagen.
Os investigadores da NHSTA concluíram que os airbags fabricados podem explodir acidentalmente, lançando estilhaços na direção de motoristas e passageiros. A agência já identificou alguns casos, inclusive alguns fatais, e afirma que os produtos defeituosos ocasionaram ao menos sete ferimentos e três mortes desde 2009.
Montadoras se opõem ao recall de airbags
Após a denúncia do órgão de segurança, grandes montadoras e dois fabricantes de airbags se posicionaram contra a proposta de recall dos infladores de airbags. Elas afirmam que os riscos são extremamente reduzidos e questionam a avaliação da agência, além da justificativa para a operação.
Segundo a ARC, a taxa de falha estimada pela NHTSA indica que menos de um novo incidente ocorrerá nos próximos 33 anos.
“O registro [da NHTSA] é desprovido de qualquer evidência, muito menos de evidência confiável, de que existe um defeito sistêmico”, disse o fabricante.
Em contraponto, Cem Hatipoglu, autoridade de fiscalização da agência, afirmou em audiência que as chances de uma ruptura não são altas, mas as consequências são “graves e potencialmente mortais”.
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Agência reforça decisão
No último dia 6, a agência de segurança reiterou seu pedido de recolhimento dos airbags e reforçou que eles são perigosos, aumentando as chances de um grande recall.
“A esmagadora maioria dos infladores em questão não irá romper após a implantação. No entanto, com base nas evidências que ligam rupturas passadas ao mesmo processo de soldagem por fricção, todos os infladores em questão correm risco de rompimento”, justificou o órgão.
A GM convocou cerca de 1 milhão de proprietários de veículos que possam estar equipados com dispositivos perigosos. BMW, Ford e VW foram outras marcas a chamar os clientes de volta às concessionárias.
Grupos como Stellantis, Mercedes, Porsche, JLR, Maserati, Kia e Hyundai também estão envolvidos, mas o primeiro afirmou que não é a favor de um recall. Segundo a Stellantis, a baixa incidência de problemas não justifica uma ação tão ampla.
A NHTSA deu 30 dias para que as montadoras e fornecedores apresentem um posicionamento sobre o assunto. Caso a convocação de todos os carros com airbags defeituosos realmente seja feita, ela será a segunda maior da história norte-americana.