Por que o exame toxicológico de motoristas é feito com cabelo ou pelo?

Comprovação obrigatória para condutores das categorias C, D e E pode detectar o uso de drogas nos últimos 3 meses ou mais.

O exame toxicológico voltou a ser obrigatório para motoristas com CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias C, D e E. Segundo o Ministério dos Transportes, 1.162.000 condutores estão com o teste vencido por mais de 30 dias, mas a boa notícia é que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prorrogou o prazo para apresentação da comprovação.

A análise é feita a partir da coleta de uma amostra de cabelo ou pelos corporais com pelo menos três centímetros, rente à pele. O teste serve para identificar o consumo de substâncias ilícitas, como cocaína, maconha e anfetaminas. Mas qual o motivo da escolha desse material específico?

Porque a análise utiliza cabelo ou pelo?

O diretor técnico de toxicologia forense e médico toxicologista do Grupo Fleury, Alvaro Pulchinelli, explica que o cabelo é uma das partes do corpo que mais guarda vestígios das substâncias consumidas por uma pessoa. Na saliva, por exemplo, as drogas só são detectadas por até seis horas. Já na urina, a duração vai de quatro horas a seis dias.

“O cabelo cresce um centímetro por mês, então, a cada centímetro, temos um intervalo de 30 dias. Três centímetros, 90 dias”, explica Pulchinelli.

Como é feita a análise em laboratório?

Para fazer o exame toxicológico, o laboratório utiliza 10 mg de cabelo. O conteúdo é triturado e as substâncias dissolvidas presentes nele passam por espectrometria de massas, processo que revela cada molécula presente na amostra.

“Ela permite a identificação inequívoca da substância”, acrescenta o toxicologista.

Segundo Pulchinelli, o toxicológico serve para detectar o uso habitual de drogas, mas é possível descobrir até mesmo um consumo isolado. “Quanto maior a frequência de uso, maior a chance de produtividade. Cada organismo metaboliza a substância de uma maneira diferente. O que metaboliza de maneira mais lenta, pode positivar”, completa.

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