Por que os consumidores não estão animados com os carros elétricos?

Enquanto a procura por veículos elétricos cresce no Brasil, fatores como preço elevado e falta de infraestrutura desafiam o avanço do mercado.

Diante da crescente procura por veículos elétricos, revelada por uma pesquisa da KPMG que aponta que 89,7% dos brasileiros consideram os carros elétricos como uma opção de compra, surge uma contradição: a falta de interesse dos compradores em relação a esses veículos.

Apesar do desejo, fatores como o alto preço, a ausência de infraestrutura e o aparente desinteresse das principais montadoras têm tornado esse sonho de consumo distante para muitos.

Nos Estados Unidos, as montadoras observam uma desaceleração nas vendas, atribuída principalmente aos preços mais baixos da gasolina e às preocupações com a falta de infraestrutura de recarga. Essa situação ocasionou uma queda de 10,8% no preço médio dos veículos elétricos no ano passado, atingindo US$ 55.353.

Como reflexo desse cenário, a Mercedes-Benz optou por adiar suas metas de eletrificação em até cinco anos. Enquanto isso, a Ford reduziu o preço de seu Mustang Mach-E elétrico para competir com o Modelo Y da Tesla, que também passou por um corte de preço recentemente.

A Hertz iniciou o processo de retirada de aproximadamente 20 mil veículos elétricos de sua frota global. Além disso, os tradicionais anúncios de veículos elétricos das montadoras de Detroit não marcaram presença no Super Bowl pela primeira vez em vários anos.

Com os desafios enfrentados no cenário dos veículos elétricos, as montadoras tradicionais estão explorando alternativas para acompanhar a transição energética. Uma dessas alternativas é o foco em tecnologias híbridas flexíveis e movidas a álcool.

Por outro lado, as fabricantes chinesas, como a BYD, estão adotando uma atitude mais ousada. Com um investimento significativo de R$ 3 bilhões em uma nova planta na Bahia, a BYD espera conquistar uma posição de destaque, com planos de se tornar uma das três principais vendedoras do mercado até o final da década, conforme afirmou Alexandre Baldy, conselheiro especial da montadora no Brasil.

Com isso, enquanto as concorrentes chinesas investem pesadamente na produção local de veículos totalmente elétricos, as montadoras tradicionais optam por uma abordagem mais cautelosa, observando de perto a evolução do mercado. Por enquanto, estão focadas no desenvolvimento de tecnologias intermediárias que combinam propulsão elétrica com motores a combustão.

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