Táxis sem motorista sobrecarregam cidades onde operam; entenda
Carros autônomos sem motorista humano provocam situações estressantes para motoristas das cidades onde estão funcionando.
Um caso registrado na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, chamou atenção para os desafios que carros autônomos sem motorista têm imposto sobre condutores das cidades onde operam. O bombeiro Adam Wood recebeu um chamado de emergência médica às 2 horas da manhã e foi socorrer a vítima, mas encontrou dificuldades para sair do local com a ambulância.
Após colocar o paciente no veículo de socorro, um carro parou em frente a ele e impediu o caminho. O automóvel da empresa Waymo, propriedade da Alphabet, não tinha motorista humano para resolver o impasse e a ambulância só conseguiu sair após o condutor forçar uma marcha ré.
O paciente chegou ao hospital e foi atendido, mas os sete minutos que o carro da Waymo adicionou ao processo poderia ameaçar sua vida caso estivesse em estado crítico.
O problema dos táxis autônomos
A situação acima está longe de ser isolada quando o assunto são os táxis autônomos. Nas cidades onde operam, como São Francisco e Austin, eles provocaram acidentes, aumentaram o congestionamento e ampliaram a carga de trabalho das autoridades locais, segundo bombeiros, policiais e outros funcionários.
Mais de 600 incidentes com veículos autônomos foram registrados entre junho de 2022 a junho de 2023 na cidade de São Francisco. A Cruise, subsidiária da General Motors, foi obrigada a suspender seu serviço em outubro após um de seus carros sem motorista atropelar e arrastar um pedestre.
Autoridades da cidade de Austin, no Texas, contabilizaram 52 incidentes envolvendo os automóveis sem condutor entre 8 de julho a 24 de outubro. O município criou uma força-tarefa interna para auxiliar no registro de incidentes com esse tipo de carro.
O cenário vivido nas duas cidades liga um sinal de alerta para o serviço, já que embora ele tenha sido testado em algumas cidades, na maioria dos testes havia um motorista humano acompanhando o veículo.
Experiências divergem
Algumas cidades que devem receber o serviço em breve estão se preparando com antecedência, como Nashville, onde o Corpo de Bombeiros desenvolveu um treinamento anual específico para os profissionais. Já o Corpo de Bombeiros de Seattle coloca um funcionário em cada turno para cuidar de questões ligadas à segurança com carros sem motorista.
Outros lugares receberam os robôs-táxis de forma mais tranquila, como Phoenix, onde a Waymo oferece corridas desde 2020. “Nossos residentes, de modo geral, apreciaram muito esse serviço”, disse a prefeita da cidade.
A Waymo, a Cruise e a Zoox afirmam que continuam desenvolvendo seus veículos para minimizar os efeitos sobre os serviços locais. A primeira empresa anunciou, inclusive, que lançou uma atualização de software para permitir que bombeiros e outras autoridades assumam o controle dos carros em segundos.