Toyota aposta que o motor diesel não deve ‘morrer tão cedo’
Executivo da marca japonesa considera o combustível ‘confiável’ e diz que ele ainda deve durar um bom tempo na indústria.
A Toyota está na contramão das fabricantes que encerraram ou têm planos de encerrar a produção de veículos com motor a diesel, como a Volvo. Na visão da marca japonesa, o combustível ainda tem um longo futuro pela frente, apesar de não estar mais no auge de sua popularidade.
O diesel, apesar dos comentários populares, não está morto. O diesel ainda tem um tempo pela frente, portanto, não vai morrer tão cedo”, afirmou Sean Hanley, chefe de vendas e marketing da Toyota Austrália, em entrevista à revista australiana Drive.
Na visão do executivo, o combustível continua sendo uma fonte muito confiável, sobretudo para os veículos pesados, como caminhões, picapes e SUVs de maior porte. Porém, ele pondera que, para sobreviver, os motores terão que se adaptar às regulamentações cada vez mais rigorosas sobre emissões.
De olho nas mudanças legais, a Toyota acaba de lançar a Hilux com um sistema híbrido-leve, composto por um motor 2.8 turbodiesel de quatro cilindros. O conjunto se alia a um motor-gerador ligado a uma bateria de 48V e um conversor DC/AC, sempre com câmbio automático de seis marchas.
Principais desafios
Hanley avalia que, no futuro, os motores a combustão poderão funcionar com diesel sintético. Enquanto isso, a Toyota tenta manter esse tipo de motorização viva com hidrogênio por meio dos protótipos do GR Yaris e do GR Corolla. Uma nova família de motores a combustão também está em desenvolvimento pela montadora, segundo informações recentes do presidente Akio Toyoda.
Toyoda afirma acreditar que os veículos 100% elétricos nunca terão uma participação superior a 30% no mercado e que os 70% restantes serão sempre dos motores movidos a gasolina e diesel. Nesse sentido, os combustíveis sintéticos e o hidrogênio poderão ser alternativas interessantes no futuro.
A venda de veículos a diesel será um desafio cada vez maior para a Toyota em mercados com regulamentações de emissões mais rígidas, principalmente na Europa. Lá, muitas marcas estão eliminando gradualmente esse tipo de motor, que no ano passado atingiu 13,6% de participação de mercado, contra 16,4% em 2022.
Ao que tudo indica, os motores a diesel continuarão populares apenas nos locais onde a legislação é mais flexível, como os mercados emergentes e para veículos comerciais.