Motoristas de Fiat e Jeep recorrem a peça do Marea após falha crônica

Modelos equipados com motor 2.0 turbodiesel passam por problema comum de vazamento de óleo do motor.

Muitos motoristas ainda se lembram do Fiat Marea, lançado no fim dos anos 90 em versões sedan e perua. Mas o que os proprietários de modelos mais atuais como Toro, Renegade, Compass e Commander não sabiam é que um dia precisariam de uma peça do automóvel descontinuado em 2007.

Os modelos Fiat e da Jeep equipados com motor 2.0 turbodiesel têm apresentado um problema comum: o vazamento de óleo do motor. O defeito, aparentemente crônico, pode baixar a pressão e reduzir a vida útil do veículo.

Segundo boletim técnico divulgado pela Jeep, o cliente ou o mecânico pode verificar o vazamento de óleo do motor por meio de indícios como: manchas de óleo no piso da garagem, cheiro de óleo queimado e merejamento ou gotejamento na região de união do câmbio e motor ou na região de união entre o cárter e o bloco do motor.

Substituição inusitada

Especialista em problemas crônicos e proprietário do AutoCentro Confiar, o engenheiro mecânico André De Maria afirma que o problema é grave.

“No boletim técnico da Jeep, a orientação é analisar o vazamento de óleo, caso de seja nesse retentor, a substituição por um novo. A questão é que esse novo, original de fábrica, não está sendo efetivo. Ele sofre um desgaste anormal, tipo uma depressão, no local onde o do retentor toca o metal”, diz.

Ele e outros especialistas contam que a solução encontrada foi usar outros retentores no lugar, como os modelos feitos para motores do Marea 2.4. “Estamos usando os retentores da Elring ou da Corteco para os motores do Marea 2.4, que seria o mesmo tipo de bloco de motor e dimensão de apoio do virabrequim do motor 2.0 turbodiesel atual da Fiat/Jeep“, explica De Maria.

No canal de YouTube da Oficina Motortech, Fabiano Cardoso Ciecielski também fala sobre o assunto e explica que a substituição dos antigos retentores com mola por peças com lábio rígido foi feita pela marca para aumentar a durabilidade, mas gerou ainda mais dor de cabeça.

“Conforme o uso, de tanto o virabrequim girar no retentor, ele [o virabrequim] começa a sofrer uma cava. Se a gente colocar o retentor novo, de lábio rígido, tem uma grande tendência a vazar. Porém, a gente usa o retentor do Marea, cuja aplicação é a mesma, que vem com mola e tem uma resistência maior ao virabrequim, mesmo que ele tenha as imperfeições”, explica.

A Stellantis ainda não se pronunciou sobre o problema de vazamento de óleo,, mas afirmou que “não recomenda intercâmbio de componentes, mesmo que seja da mesma natureza de operação”.

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