Impacto econômico: aumento significativo nos prazos de reparo em meio a atrasos de peças automotivas

Saiba como esse cenário impacta consumidores, seguradoras e oficinas, e as perspectivas para a resolução do problema.

Um recente levantamento realizado pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), que congrega 72 seguradoras associadas, revelou que o setor automotivo enfrentou desafios significativos no primeiro trimestre deste ano.

Entre janeiro e março, foram registrados 235 mil sinistros de automóvel, dos quais 7% foram afetados pelo atraso na entrega de peças, segundo a pesquisa.

Atraso na entrega de peças impacta consumidores e seguradoras

Imagem: Canva Pro / Reprodução

A problemática se acentua com a demora na disponibilização de componentes básicos de funilaria, como para-choques, faróis, portas e painéis, que representam 65% do total.

Surpreendentemente, itens mecânicos, como microchips, compõem apenas 25% das peças com atrasos. Este cenário tem impactado diretamente nos prazos de reparo, resultando em aumentos substanciais no tempo em que os clientes ficam com carros reservas.

Em 2019, a média era de 11 dias para a utilização de um veículo reserva durante reparos, mas em 2023 esse tempo mais que dobrou, atingindo 25 dias.

O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa Brasil), Antonio Fiola, alerta que o prazo de espera por peças nas oficinas passou de sete para cerca de 15 dias, prejudicando não apenas os consumidores, mas também as oficinas que enfrentam o desafio de manter carros desmontados por períodos prolongados.

Marcelo Sebastião, presidente da comissão de seguro de automóvel da FenSeg, enfatiza que, se o problema persistir, os custos serão repassados aos consumidores.

Ele destaca que os atrasos elevam as despesas com sinistros, pois os veículos segurados permanecem mais tempo nas oficinas, aumentando o consumo de carros reservas.

Contudo, a magnitude do impacto financeiro ainda não pode ser estimada precisamente, pois o problema afeta diversas montadoras.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirmou que não tem conhecimento da falta de componentes, destacando que a situação não foi discutida internamente.

No entanto, a FenSeg está em conversas com o Sindirepa e o Sindipeças para resolver a questão. O próximo passo envolve a participação de outras entidades, incluindo a Anfavea e órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, em discussões agendadas para o final de novembro e início de dezembro.

Diante desse cenário, a orientação aos consumidores é que, ao serem informados sobre prazos mais longos para o reparo de seus veículos, acionem diretamente a montadora responsável, pelos canais de atendimento ao cliente, registrando um protocolo de falta de peça.

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