Projeto que favorece a BYD avança e montadoras apelam para Pacheco

Programa que estimula montadoras como a chinesa BYD é aprovado na Comissão de Meio Ambiente da Câmara e vai a plenário.

A BYD saiu na frente na disputa entre veículos elétricos e híbridos que ocorre nos bastidores do Congresso Nacional. Na tentativa de acabar com o Mover, programa federal de estímulo aos híbridos que beneficia principalmente a montadora chinesa, alguns projetos tramitam nas duas Casas.

No capítulo mais recente da briga, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara aprovou um projeto de lei que estabelece o fim da venda de veículos a gasolina e diesel até 2030, além da proibição da circulação de modelos a combustão até o fim da década seguinte. De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o texto será votado no plenário.

Os representantes das montadoras acreditam que a rápida movimentação de uma proposta que estava parada há algum tempo está ligada à proximidade entre Alexandre Baldy, presidente do conselho da BYD e filiado ao PP, e Ciro Nogueira. Sobre o assunto, o executivo afirmou apenas que não comenta ilações.

Saída para as montadoras

Nos bastidores, as fabricantes de veículos afirmam que os deputados – liderados por Arthur Lira (PP-AL) – estão completamente a favor da marca chinesa. Por isso, enxergam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como a única saída para impedir a aprovação do projeto.

O programa Mover prevê que a transição energética do setor automotivo será realizada a partir de motores híbridos, que operam com eletricidade e biocombustíveis, como o etanol. Já o modelo de negócio da BYD é completamente focado nos elétricos.

Recentemente, a montadora teve seu Projeto Produtivo Básico (PPP) aprovado e poderá fabricar baterias na Zona Franca de Manaus (AM), ao mesmo tempo em que toca as obras da nova fábrica em Camaçari (BA).

Representadas pela Anfavea, as montadoras continuam empenhadas em apostar nas versões a combustão, embora também produzam veículos elétricos.

Vale mencionar que as discussões sobre a transição energética da frota não ocorrem apenas no Brasil, mas também no âmbito internacional. No exterior, a indústria está dividida entre aqueles que defendem os motores híbridos, como os Estados Unidos, e os que investem na eletrificação total, como a China.

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