Gasolina mais barata? Entenda por que a redução da Petrobras não chegou aos postos

No último dia 3 de junho, a Petrobras divulgou uma redução de 5,6% no preço da gasolina vendida às distribuidoras. A medida, que poderia beneficiar os consumidores com custos mais baixos, já está em vigor desde o dia 4.

No entanto, a realidade nos postos ainda não reflete essa mudança. Apesar da expectativa, muitos consumidores enfrentam a frustração de não ver o impacto positivo na hora de abastecer.

O último ajuste nos preços das refinarias ocorreu há 20 meses, e mesmo assim, a redução não chegou de maneira significativa às bombas dos postos de combustíveis. A razão é uma combinação de fatores econômicos e tributários.

Por que os preços não mudaram?

A principal razão para a redução não ser percebida pelos consumidores quando vão aos postos está na composição da gasolina.

A redução anunciada pela Petrobras aplica-se sobre a gasolina tipo A, que é o produto em sua forma pura. Nos postos, ela é misturada com 27% de etanol anidro, formando a gasolina tipo C. Assim, qualquer desconto oferecido pela estatal acaba diluído na mistura.

Impacto do ICMS

Outro elemento crucial é a alíquota do ICMS, que varia de estado para estado. Essa variação impossibilita a previsão de um preço uniforme para a gasolina em todo o Brasil.

Portanto, mesmo que houvesse um repasse integral da redução, ele não seria igual em todas as regiões.

Possibilidade de repasse futuro

Embora a Petrobras tenha deixado de usar a PPI (Política de Paridade de Importação), ainda há esperança para o consumidor. A expectativa é que uma parte da redução, cerca de 2,5%, chegue aos postos nas próximas semanas de junho.

Contudo, isso dependerá das condições de mercado e das políticas internas das distribuidoras.

Os consumidores devem ficar atentos às mudanças futuras nos preços e às variáveis que influenciam diretamente no valor final dos combustíveis. Assim, compreenderão melhor o cenário complexo que determina o custo da gasolina no Brasil.